É etranho +1


"Não te contar meus planos. Não te encontrar"


Houve uma época em que estávamos em plena sintonia. Em que nos comunicávamos sem troca de palavras. Naquela época eu pertencia a você e você pertencia ao mundo, como sempre. Eu era totalmente solícita, entregue até o último fio de cabelo. Mas você era contido, controlado. Isso não é um lamento, tampouco crítica. Eu gostava do seu jeito de ser e agir. Eu gosto. Eu desejava conquistar o mundo ao seu lado. Você só queria um espaço 100x100 que coubesse todas as nossas (poucas) coisas. Éramos pessoas diferentes com pensamentos iguais, sentimentos idênticos e atitudes parecidas. Como pode? Não sei. Só sei que “eu e você” não existíamos. Nós! Era como costumávamos nos classificar. Eu desenhava um futuro para nós e você, mesmo com seu jeito pé no chão até o fim das contas, me ajudava nos mínimos detalhes. Como eu disse, éramos diferentes, com gostos diferentes, desejos diferentes, anseios diferentes, mas quando estávamos juntos, compartilhávamos tudo e tudo se tornava igual e agradável a ambas as partes. Mais amigos que amantes, assim nos entediamos sem a necessidade de cobrança, ou desentendimento, ou queixa, ou arrependimento. Éramos felizes, muito felizes, mais felizes que todos. E nos orgulhávamos disso.

Hoje, o modo como escrevo sobre a vida mudou. O contexto está tão singular, tão pretérito imperfeito.

O pronome pessoal reto "eu" precisa do pronome pessoal reto "tu" para formar o pronome pessoal reto "nós".

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