Achados e perdidos.

Minha pequena pediu-me um pouco de liberdade. Sentia-se presa demais, sufocada demais. Queria respirar novos ares, provar novos sabores. Eu tive medo, admito. Tão frágil, tão pequena, tão exposta, tão minha. Como poderia eu deixá-la partir? Ela, então, prometeu não ir muito longe. Disse-me que iria somente até onde meus sentidos pudessem alcançá-la. Mesmo assim, hesitei. Então ela – já cansada de minha super proteção – perguntou-me: “Não confias em mim?” Nela eu sempre confie. Não confiava no mundo que ela desejava explorar. Deixei-a ir quando percebi que só assim arrancaria de sua face aquele lindo sorriso que a tanto eu amava. Afastou-se lentamente do campo protetor que eu a mantinha, dizendo-me que não se demoraria. Quanto mais a distância entre nós aumentava, mais apertado ficava meu coração. E quando, de surpresa, ela dobrou a esquina, senti de imediato o vazio sufocar-me. Perdi minha pequena em algum beco sombrio. Se achá-la, por favor, devolva-me a vida.

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