Será mesmo possível amar alguém que só lhe faz mal? Será mesmo amor, ou só medo?

Medo, talvez, de admitir que sua vida seja tão patética que você prefere insistir em ficar com alguém que, por ti, nada sente, a ter de se arriscar num outro amor, ou aventura, se prefere assim. Medo do mundo de possibilidades que lhe aguarda lá fora, enquanto você se compromete a morrer presa na sua concha por alguém que, certamente, nem se quer tentaria lhe salvar, caso precisasse. Ou até mesmo medo de, simplesmente, não ter alguém.

Porém, na pior das hipóteses, pode ser amor. Um amor tão forte que não lhe permite perceber o quão incapacitada você está. Tão intenso que você nem se importa de não ter vida, e sim um roteiro que alguém escreveu para você. Tão masoquista que não lhe deixa sentir a dor que arde em seu peito enquanto rios de lágrimas escorrem pelo seu rosto.

Sendo medo ou amor, é ridículo.

Vire-se para o espelho, olhe para você! Veja as manchas pretas que circulam seus olhos. Sim, os mesmos olhos que encantavam a todos sem qualquer esforço, agora mergulhados em um mar negro. É impressão minha, ou você está mais magra? Onde está aquele corpo exuberante que arrancava suspiros por onde passava? Deus! Olhe sua pele, suas unhas, seu cabelo. Não dá pra acreditar, seu lindo cabelo. Antes, liso, macio, hidratado, brilhante, moderno. Hoje, quebradiço, ressecado, sem corte, sujo. Você precisa de ajuda, eu quero te ajudar.

Venha, quero que se reconcilie com uma pessoa. Sim, alguém muito especial. Fique tranquila, ela não guarda mágoas, entende os seus motivos, sabe que não fez por mal. O nome dela? Ah, seu nome é Vida, isso, Vida. Está animada? Que ótimo! Dê-me a mão, venha comigo, eu lhe mostro o caminho.

Seja bem-vindo de novo, Sorriso.

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